julho 20, 2009

Parla Cinema !!!

Matéria-prima: Senhora Lingüística – missão: instruir-se a linguagem verbal humana. Dentro de suas ramificações temos: o foco de analise (ex: lingüística geral), a constituição da língua (ex: fonologia), as conexões com outros domínios (ex: sociolingüística). Sobreponha à fonologia, o sistema sonoro de um idioma. Um pouco mais ainda de fonética, os sons da fala humana, ocupando-se dos fonemas (menor unidade portadora de sentidos), classificados entre: vogais, consoantes e semivogais. Pronto !!! Apresentamos a massa: Comunicação Lingüística.

Modelando-a, e imaginando a expressão da arte, do novo, do encantamento, da percepção, do belo. Eureka, Eureka!! Os irmãos Auguste e Louis Lumière, poderiam, porque não, ter exclamado a famosa exclamação atribuída ao matemático grego Arquimedes de Siracusa (287–212 a.C.) . Então, Parla Cinema!!! Epa, espera aí, no principio o cinema não era mudo?? Sim, mas desde o seu surgimento sonhava-se que o som estivesse unido às imagens. Porém, essa adesão não existiu desde o início devido à falta de tecnologia da época, e não por falta de empenho. McLuhan cita, como uma primeira ruptura, a criação do alfabeto fonético, o fonema como uma tradução visual, escrita, de um som. Lembra-se da modelagem?? Então, com a criação do cinema (1895), cria-se uma nova linguagem, uma nova mídia, uma nova comunicação, com características próprias do cinema, mas com heranças genéticas.

David Griffith é considerado o pai da linguagem cinematográfica. Ele usou elementos do teatro para compor o filme “O Nascimento de uma Nação”, primeiro longa-metragem produzido. O enriquecimento da linguagem partiu de algumas ações simultâneas, sem enfoque e expressão clara, da ordem/desordem das ações, do surrealismo,(ex:representado nas obras de Luís Buñuel), o qual explorou situações absurdas e invertidas para a tela, do expressionismo alemão que valeu-se de maquiagens carregadas, closes e repetições de imagens, da abordagem artística , da posição da câmara (planos). Entra em cena: a estética, que se preocupa com a percepção das formas, equilíbrio, concordância, jogo de cores, com o desígnio de mostrar qual o papel que a arte representa na compreensão da realidade. “Marcuse indica que a função crítica da arte, a sua contribuição reside na própria forma estética.”

Ahhh, o cinema, apesar de sua forma inicial ter sido mais documental, não demorou a expor que era uma nova forma de arte. Mas é claro que é arte, é a “sétima arte”, expressão criada pelo italiano Ricciotto Canuto, em 1912. Just a minute, please! Se existe a arte número sete quem são seus precursores??? “Elementar, meu caro Watson”, - como diria Sherlock Holmes. As outras artes são arquitetura, pintura, escultura, música, literatura e teatro (abrangendo a dança). São as chamadas Belas Artes, conceito que surgiu na Europa no final do século XVIII, junto com a proliferação das Academias de Arte.

Podemos afirmar que o cinema é uma extensão de todas essas artes, como já visto com o teatro, outro exemplo: na pintura, que é a técnica de reprodução de imagens, tem-se seu grandioso concorrente: A fotografia (1839). E foi através da fotografia, que originou-se o espetáculo chamado: Cinema, que nada mais é que uma serie de fotografias (imagens/frames) colocadas em movimento continuo . A principal característica da fotografia é o equilíbrio de luz: sombras, preto e branco, cores. O dominio da luz é fundamental para se obter uma excelente imagem da cena. Ela interpreta a realidade, não apenas copia.

O cinema é simplesmente tempo, espaço, cultura, entretenimento , que atua como benfeitor na esfera da linguagem audiovisual. A eficácia da linguagem audiovisual está no fato de alcançar uma narrativa maior do que captamos, refletida em imagens principais, alegóricas, com as quais nos identificamos, ou que nos relacionamos. Ela permite uma interação mais do que um simples olhar, e também uma analise propondo à criação de novas mensagens e informações. Essas novas mensagens levam os espectadores diretamente há duas dimensões: uma corriqueira e outra fantasiosa, onde essa última se revela um mundo onde todos os sonhos e desejos se tornam passíveis da realidade. É um elo do mundo ficcional e a vida real, interligado com o tempo/espaço, que modifica e constrói o nosso ato de pensar, com relação à realidade do mundo que nos cerca.

“Qualificar o olhar significa criar, insurgir-se, brincar com a dúvida e contemplar as oscilações da vida. Oscilações naturais: algumas, trágicas; outras, magníficas". Identificar o lugar que ocupa o espectador em relação à cena que se apresenta não deixa de ser uma perspectiva histórico-social e estética. Qualquer leitura da imagem será uma produção de um ponto de vista.

O cinema seduz e prende o olhar em grandes planos e as panorâmicas, numa linguagem única, e inconfundível. Não apenas se escuta, não apenas se vê. Revela-se, e esconde-se em sua narrativa. Cinema ensina, atribui sentido em linguagens feitas de imagens e sons. É arte em movimento, mesmo em sua complexidade, para públicos, públicos e públicos. A história de um filme ramifica a historia que cada espectador assiste. A linguagem audiovisual atua num domínio ajustado de locação e deslocamento, o passado, presente e futuro em constante variação.

O Intercâmbio das Informações Projetadas Pelo Homem

MACLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem: o meio é a mensagem.


O homem é um ser inconcluso, em constante busca de aperfeiçoar suas forças, aptidões e potencialidades. Sua comunicação interpessoal surgiu através de gestos ou bramidos, de desenhos na parede chegando à escrita. Na raiz genealógica do papel, encontramos o papiro, uma planta utilizada tecnicamente pelos egípcios, para o registro de informações por volta de 2500 a.c. E, de geração em geração, as interações se desenvolveram projetando assim os conhecimentos do elemento humano em: pedra, jornais, livros, revistas, cartas, telégrafos, telefone, radio, cinema, televisão, computador, etc. É o astuto duelo do homem, conduzido pelo designo da consciência, desafiando os meios, a fim de reprimi-lo e modificá-lo, cuja procura é atender às suas necessidades.

E nessa investigação, sempre haverá reestruturas do pensar e do criar, dentro de um tempo/espaço, os quais se assemelham num determinado tempo/ espaço, mas que jamais serão idênticos. Para Macluhan “o meio é a mensagem”, ou seja, os meios de comunicação são extensões dos sentidos humanos. Baseando-se na luz elétrica, cujo conceito contextual está diretamente relacionado à informação através da energia. Quando processos acontecem de forma a desencadear outros, isto é, o “conteúdo” de qualquer meio é sempre outro meio. Porém, a “mensagem” de qualquer meio projeta outras perspectivas de ritmos ou modelos que esse meio insere nas ações humanas.

Macluhan enfatiza que a mensagem pronunciada de forma escrita, ou oral, por exemplo, radio/televisão, cria uma estrutura com diferentes significados, utilizando-se de um meio, ou tecnologia onde a comunicação se estabelece. Dentro dessa conjectura, observar-se a dependência muitas vezes subliminar que as mídias decompõem, utilizando a forma fria e quente. Segundo ele, o meio quente é aquele que proporciona a utilização mais abrangente de um dos sentidos, ex: audição/radio, obtendo uma maior compreensão da informação. Já o meio frio, proporciona envolvimento em profundidade e expressão integral, explica o autor. Como é o caso do telefone/fala.

Nos dias atuais, o telefone móvel não se restringe apenas à fala, também é usado para enviar mensagem de texto, tirar fotos, filmar, jogar, escutar músicas, acessar internet, etc. Nota-se que os indivíduos que possui tal aparelho com esse nível de tecnologia, mesmo que não a usufrua como um todo, de qualquer forma está irreversivelmente condicionado a sua utilização. ”Os homens”, dizia ele, ”criam as ferramentas, e as ferramentas, por sua vez, recriam os homens”.

A velocidade das novas tecnologias, e, mídias, já não nos espantam mais, pelo contrario, contribuem, na mesma dimensão, para a transformação na inclusão de comunicação da sociedade conglomerada, moldando a “Aldeia Global”. Deixando de ser uma dependência individual, passando a ser mútua, assim, gera a principio um vinculo pelos mesmos ideais.

Conhecer e aprender novas tecnologias faz parte do crescimento humano e de sua auto-afirmação, enquanto parte da sociedade. No entanto, existem pessoas, que relutam contra a evolução das mídias. Há quem prefere disco de vinil, à mp3, câmera analógica, à digital, VHS, à HD dvd. Mais isso, não tem nada haver com conhecimento ou aprendizado, é apenas um meio de “eternizar” um tempo/espaço, que foi importante. Opa!!! Estamos falando de memórias??? Sim, a memória tem a habilidade de aquisição, estabilização, e recuperação das informações disponíveis, seja biológica, seja artificial. A junção entre os fragmentos de memória e conhecimentos geram novas idéias, a qual propícia a tomada de novas decisões, conseqüentemente novas criações em tecnologia, mídias. Torna-se um ciclo.
Então, temos que “ o conteúdo de qualquer meio é sempre um outro meio”. Isso reafirma a possibilidade de um meio promover efeitos que atuem de forma paralela ao conteúdo da mensagem.

Da era do fogo à era da sociedade da informação, o certo é que o homem sempre estará em constante busca pelo aprimoramento, seja sua descoberta ou inspiração. Através dos meios de comunicação teremos a troca de informações, enquanto houver um emissor e um receptor.