novembro 24, 2009

" Aonde está você agora ??? "

É a peça teatral que está navegando até onde não tem mar. Sendo assim, ancorou em Londrina, nos últimos dias 14 e 15 desse mês. O texto de Regiana Antonini além de abordar o amor fraternal, relata também, o conflito de classes sociais. A historia é baseada na linda canção Vento no Litoral, de Legião Urbana, que particularmente, é, da banda, a minha preferida. A canção, que para muitos soa triste, para mim, ecoa de forma relaxante, assim como o mar.

E, é através desse cenário imaginário: a praia, num suposto pôr do sol que começa a história de dois amigos: Pedro e Gabriel, protagonizados pelos atores Bruno Gagliasso e Thiago Martins, respectivamente. O enredo retrata sete anos da vida deles, que se separam na juventude, mantendo contato através de pensamentos, lembranças, e de um Livro da Sorte. Pedro, fica em Vila Velha - ES, e Gabriel vai para Nova Iorque. A partir daí, alguns momentos da historia de amizade são mostrados em flashback.

Bruno Gagliasso comanda a direção, e a atriz Fernanda Paes Leme é a co-comandante junto com o ator e produtor Léo Fuchs.

A peça é ótima , com muitos momentos engraçados , os quais podem ser vistos de forma fragmentada no pequeno vídeo acima postado, e também no link:

http://www.youtube.com/watch?v=Pw5GDqKfmLI

setembro 30, 2009

"Meu nome não é Johnny"...




..., trata-se de um romance drama levemente cômico , que assemelha-se ao filme “Profissão de Risco” (2001), do já falecido diretor Ted Demme, o qual relata a história real de George Jung, americano que auxiliou Pablo Escobar e a cocaína a entrar na terra do Tio Sam. O papel de George é interpretado pelo ator, cujo nome sim é Johnny, Johnny Depp.

Mas voltando a versão tupiniquim, o filme dirigido por Mauro Lima, retrata também a historia real e por que não dizer surreal, do hoje produtor musical João Guilherme Estrella, protagonizado pelo talentoso ator Selton Mello. E como uma estrela cadente, parte de sua vida, girou de forma meteórica em torno da Senhorita ou talvez Senhora Ambrosia (código da cocaína no filme). Segundo a mitologia grega, ambrosia era um doce, o divino manjar dos Deuses do Olimpo. Alias, dizem que, “quando os deuses o ofereciam a algum humano, este, ao experimentá-lo, sentia uma sensação de extrema felicidade”. Será essa a mesma sensação que os usuários alcançam?

Na trama, nota-se maior conotação da questão cultural do que social. Onde um jovem de classe média, extremamente esperto e carismático, que recebe boa educação, conceitos e valores dos pais, mas que não lhe auferi limites. Bem distante do cenário triste das favelas do Rio de Janeiro (capital), seu contato com as drogas começou num belo dia de sol, numa bela praia, na companhia de dois “mui amigos”, cuja influência não foi tão bela assim.

Planta-se o vicio. E como todo viciado que não Trabalha, a solução para cultivá-lo se dá no roubo, e ou, no trafico. João,  preferiu arregaçar as mangas. "Profissão": traficante, e com sua lábia e ótimo faro comercial, tornou-se um PhD na venda de Ambrosias. Até que um dia a cocaína pulverizou a estrela cadente, afinal estrela cadente não é estrela, é meteoróide. Na prisão, João junta seus fragmentos, com base na sua ética e lealdade aos “amigos”, assumi a responsabilidade para si, e, convence a juíza Marilena Soares Franco, que só traficava para custear seu vício. Em suma, mais uma vitima das drogas.

O filme é bom, se torna real em relação ao conflito familiar que surge com a doença do pai, questiona a corrupção policial, a riqueza do trabalho ilícito, a condição subumana nas prisões e manicômios, a influência sentimental dentro de uma condenação judicial. E, surreal por que poderia ter sido mais abordado os efeitos da cocaína no corpo humano, tais como: emagrecimento, insônia, sangramento do nariz e corisa persistente, palidez, suor frio, etc. João, aspira, aspira, aspira, por alguns anos e os efeitos colaterais não o atinge. Dando uma falsa impressão que o consumo de drogas não faz mal. Nota-se apenas uma demonstração do efeito da dependência química no personagem Danilo Ribeiro, interpretado pelo ator Kiko Mascarenhas, que era um dos clientes de João.

O problema das drogas não se restringe às classes menos favorecidas, e, “Meu nome não e Johnny” relata muito bem isso!!!





setembro 14, 2009

Sem Amor, eu nada seria...

Referir-se ao Amor dentro da perspectiva de Deus, induz ao anseio de aplicar integralmente sua vida no outro. Mas, que AMOR é esse?? É impossível conhecer o verdadeiro sentido do amor, sem antes conhecer a Deus, pois o amor provém dele. E a maior declaração do amor de Deus para conosco, é sem dúvida Jesus Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16


No filme Prova de Fogo (Fireproof, EUA, 2008) , Kirk Cameron (série Deixados Para Trás) interpreta Caleb Holt, um heróico bombeiro e profissional exemplar que vive um “inferno” em seu casamento , cujas chamas não consegue apagar. Até que, através de um presente dado pelo seu pai, um diário contendo um desafio de quarenta dias, no qual cada dia Caleb tem de fazer algo especial e diferente, para ironicamente "acender" o amor de sua esposa, além de aprender a entender as situações vividas num matrimônio.

O livro O Desafio de Amar de Stephen & Alex Kndrick citado no filme , é uma literatura com embasamento cristão que exemplifica a Palavra de Deus. “As Escrituras dizem que Deus projetou e criou o casamento para ser algo bom. Ele é um presente lindo e inestimável. Deus usa o casamento para nos ajudar a acabar com a solidão, multiplicar nossa eficiência, construir famílias, criar filhos, curtir a vida e nos abençoar com o relacionamento íntimo. Mas, além disso, o casamento também nos mostra a necessidade de crescer e de lidar com nossas próprias dificuldades e com o egocentrismo, através da ajuda de um companheiro para toda a vida. Se somos "ensináveis", iremos aprender a fazer aquilo que é mais importante no casamento - Amar. Esta poderosa união lhe mostra o caminho para amar incondicionalmente outra pessoa imperfeita. Isto é maravilhoso. É difícil. É uma mudança de vida.” Pg. 2 do livro.


“Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta...” Efésios 5:31-29. Nessa passagem da Bíblia Sagrada, o apostolo Paulo escreve à Igreja de Éfeso, citando Genesis 2:24, e reafirmando a necessidade do Amor. Éfeso significa “desejável’’ em grego.” É a igreja que começou bem, mas havia perdido o que lhe deu o conceito de desejável - o Amor. Uma igreja sem amor é uma igreja em decadência total". Um casamento sem amor, resulta num declínio espiritual, moral, social, físico e emocional . Muito mais que perder o vinculo entre si e o outro, se perde o vinculo com Deus. Buscar a presença de Deus é abrir mão do egocentrismo, da auto-suficiência, da arrogância e prepotência. É permitir que Deus lhe conduza o Caminho, A Verdade e a Vida: através de Cristo. "Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos". E os que sabiamente entram e permanecem na passagem estreita, conseguem entender que: “ o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".1 Coríntios 13:4-7.

Passar pela prova de fogo é literalmente passar pela provação, o livro estipula quarenta dias, um tempo facilmente suportável para o ser humano dependendo das circunstâncias. Mas, e se essa espera for maior , como foi para os filhos de Israel que andaram no deserto por quarenta anos -Êxodo 16: 35 ; Josué 5:6 . Quem se candidataria, independente das cirsunstâncias ??? Quem está disposto a esperar o momento e a maneira de Deus ??? Ora, sabemos que " um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia " - Pedro 2: 3-8. Será que nossa ansiedade e impaciência, serão capazes de aguardar as promessas divinas?? Hoje, existimos dentro de um tempo, enquanto Ele, existe nos tempos. Hoje, mil anos para nós é mera alucinação, para Ele, um simples momento da eternidade. “Até quando estareis em dúvida entre dois pensamentos?”Reis 1:18:21. Falta ao homem despertar para a sua imortalidade. Quem se entrega a Deus, espera tão somente espera.

Quando a Sagrada Escritura diz “Deus é amor”, isso não denota que o homem possa subordinar sua idéia romantizada de amor a Deus. O amor "ágape" dentro do contexto imaginário é do mesmo modo limitado pela natureza humana caída que corrompe todos os sentimentos humanos. Lembrem-se : “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” - Jeremias 17:9 . Não sigas o coração, direciona-o à razão, só assim se tornará livre.

Prova de Fogo, “nunca deixe o seu amor para trás” , é um emocionante romance sobre dedicação, fidelidade e companheirismo. Um filme feito especialmente para os casais, mas que transmite uma lição de vida para todos, ou seja, regressar ao primeiro Amor - Deus. O único ponto biblicamente errado foi do personagem cristão Michael (Ken Bevel), ser recasado. Pois de acordo com as Escrituras o homem ou a mulher só estão livres do casamento por dois motivos: Infidelidade do cônjuge - Mateus 5: 31-32 , ou falecimento do mesmo - Romanos 7:2 . A mensagem final do filme é sem duvida: “O que Deus uniu não o separe o homem" - Marcos 10:9 . E, que amor e perdão andam juntos, SEMPRE.

O amor constrange mais do que palavras, invista o melhor da tua vida nele !!!




































































































































































julho 20, 2009

Parla Cinema !!!

Matéria-prima: Senhora Lingüística – missão: instruir-se a linguagem verbal humana. Dentro de suas ramificações temos: o foco de analise (ex: lingüística geral), a constituição da língua (ex: fonologia), as conexões com outros domínios (ex: sociolingüística). Sobreponha à fonologia, o sistema sonoro de um idioma. Um pouco mais ainda de fonética, os sons da fala humana, ocupando-se dos fonemas (menor unidade portadora de sentidos), classificados entre: vogais, consoantes e semivogais. Pronto !!! Apresentamos a massa: Comunicação Lingüística.

Modelando-a, e imaginando a expressão da arte, do novo, do encantamento, da percepção, do belo. Eureka, Eureka!! Os irmãos Auguste e Louis Lumière, poderiam, porque não, ter exclamado a famosa exclamação atribuída ao matemático grego Arquimedes de Siracusa (287–212 a.C.) . Então, Parla Cinema!!! Epa, espera aí, no principio o cinema não era mudo?? Sim, mas desde o seu surgimento sonhava-se que o som estivesse unido às imagens. Porém, essa adesão não existiu desde o início devido à falta de tecnologia da época, e não por falta de empenho. McLuhan cita, como uma primeira ruptura, a criação do alfabeto fonético, o fonema como uma tradução visual, escrita, de um som. Lembra-se da modelagem?? Então, com a criação do cinema (1895), cria-se uma nova linguagem, uma nova mídia, uma nova comunicação, com características próprias do cinema, mas com heranças genéticas.

David Griffith é considerado o pai da linguagem cinematográfica. Ele usou elementos do teatro para compor o filme “O Nascimento de uma Nação”, primeiro longa-metragem produzido. O enriquecimento da linguagem partiu de algumas ações simultâneas, sem enfoque e expressão clara, da ordem/desordem das ações, do surrealismo,(ex:representado nas obras de Luís Buñuel), o qual explorou situações absurdas e invertidas para a tela, do expressionismo alemão que valeu-se de maquiagens carregadas, closes e repetições de imagens, da abordagem artística , da posição da câmara (planos). Entra em cena: a estética, que se preocupa com a percepção das formas, equilíbrio, concordância, jogo de cores, com o desígnio de mostrar qual o papel que a arte representa na compreensão da realidade. “Marcuse indica que a função crítica da arte, a sua contribuição reside na própria forma estética.”

Ahhh, o cinema, apesar de sua forma inicial ter sido mais documental, não demorou a expor que era uma nova forma de arte. Mas é claro que é arte, é a “sétima arte”, expressão criada pelo italiano Ricciotto Canuto, em 1912. Just a minute, please! Se existe a arte número sete quem são seus precursores??? “Elementar, meu caro Watson”, - como diria Sherlock Holmes. As outras artes são arquitetura, pintura, escultura, música, literatura e teatro (abrangendo a dança). São as chamadas Belas Artes, conceito que surgiu na Europa no final do século XVIII, junto com a proliferação das Academias de Arte.

Podemos afirmar que o cinema é uma extensão de todas essas artes, como já visto com o teatro, outro exemplo: na pintura, que é a técnica de reprodução de imagens, tem-se seu grandioso concorrente: A fotografia (1839). E foi através da fotografia, que originou-se o espetáculo chamado: Cinema, que nada mais é que uma serie de fotografias (imagens/frames) colocadas em movimento continuo . A principal característica da fotografia é o equilíbrio de luz: sombras, preto e branco, cores. O dominio da luz é fundamental para se obter uma excelente imagem da cena. Ela interpreta a realidade, não apenas copia.

O cinema é simplesmente tempo, espaço, cultura, entretenimento , que atua como benfeitor na esfera da linguagem audiovisual. A eficácia da linguagem audiovisual está no fato de alcançar uma narrativa maior do que captamos, refletida em imagens principais, alegóricas, com as quais nos identificamos, ou que nos relacionamos. Ela permite uma interação mais do que um simples olhar, e também uma analise propondo à criação de novas mensagens e informações. Essas novas mensagens levam os espectadores diretamente há duas dimensões: uma corriqueira e outra fantasiosa, onde essa última se revela um mundo onde todos os sonhos e desejos se tornam passíveis da realidade. É um elo do mundo ficcional e a vida real, interligado com o tempo/espaço, que modifica e constrói o nosso ato de pensar, com relação à realidade do mundo que nos cerca.

“Qualificar o olhar significa criar, insurgir-se, brincar com a dúvida e contemplar as oscilações da vida. Oscilações naturais: algumas, trágicas; outras, magníficas". Identificar o lugar que ocupa o espectador em relação à cena que se apresenta não deixa de ser uma perspectiva histórico-social e estética. Qualquer leitura da imagem será uma produção de um ponto de vista.

O cinema seduz e prende o olhar em grandes planos e as panorâmicas, numa linguagem única, e inconfundível. Não apenas se escuta, não apenas se vê. Revela-se, e esconde-se em sua narrativa. Cinema ensina, atribui sentido em linguagens feitas de imagens e sons. É arte em movimento, mesmo em sua complexidade, para públicos, públicos e públicos. A história de um filme ramifica a historia que cada espectador assiste. A linguagem audiovisual atua num domínio ajustado de locação e deslocamento, o passado, presente e futuro em constante variação.

O Intercâmbio das Informações Projetadas Pelo Homem

MACLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem: o meio é a mensagem.


O homem é um ser inconcluso, em constante busca de aperfeiçoar suas forças, aptidões e potencialidades. Sua comunicação interpessoal surgiu através de gestos ou bramidos, de desenhos na parede chegando à escrita. Na raiz genealógica do papel, encontramos o papiro, uma planta utilizada tecnicamente pelos egípcios, para o registro de informações por volta de 2500 a.c. E, de geração em geração, as interações se desenvolveram projetando assim os conhecimentos do elemento humano em: pedra, jornais, livros, revistas, cartas, telégrafos, telefone, radio, cinema, televisão, computador, etc. É o astuto duelo do homem, conduzido pelo designo da consciência, desafiando os meios, a fim de reprimi-lo e modificá-lo, cuja procura é atender às suas necessidades.

E nessa investigação, sempre haverá reestruturas do pensar e do criar, dentro de um tempo/espaço, os quais se assemelham num determinado tempo/ espaço, mas que jamais serão idênticos. Para Macluhan “o meio é a mensagem”, ou seja, os meios de comunicação são extensões dos sentidos humanos. Baseando-se na luz elétrica, cujo conceito contextual está diretamente relacionado à informação através da energia. Quando processos acontecem de forma a desencadear outros, isto é, o “conteúdo” de qualquer meio é sempre outro meio. Porém, a “mensagem” de qualquer meio projeta outras perspectivas de ritmos ou modelos que esse meio insere nas ações humanas.

Macluhan enfatiza que a mensagem pronunciada de forma escrita, ou oral, por exemplo, radio/televisão, cria uma estrutura com diferentes significados, utilizando-se de um meio, ou tecnologia onde a comunicação se estabelece. Dentro dessa conjectura, observar-se a dependência muitas vezes subliminar que as mídias decompõem, utilizando a forma fria e quente. Segundo ele, o meio quente é aquele que proporciona a utilização mais abrangente de um dos sentidos, ex: audição/radio, obtendo uma maior compreensão da informação. Já o meio frio, proporciona envolvimento em profundidade e expressão integral, explica o autor. Como é o caso do telefone/fala.

Nos dias atuais, o telefone móvel não se restringe apenas à fala, também é usado para enviar mensagem de texto, tirar fotos, filmar, jogar, escutar músicas, acessar internet, etc. Nota-se que os indivíduos que possui tal aparelho com esse nível de tecnologia, mesmo que não a usufrua como um todo, de qualquer forma está irreversivelmente condicionado a sua utilização. ”Os homens”, dizia ele, ”criam as ferramentas, e as ferramentas, por sua vez, recriam os homens”.

A velocidade das novas tecnologias, e, mídias, já não nos espantam mais, pelo contrario, contribuem, na mesma dimensão, para a transformação na inclusão de comunicação da sociedade conglomerada, moldando a “Aldeia Global”. Deixando de ser uma dependência individual, passando a ser mútua, assim, gera a principio um vinculo pelos mesmos ideais.

Conhecer e aprender novas tecnologias faz parte do crescimento humano e de sua auto-afirmação, enquanto parte da sociedade. No entanto, existem pessoas, que relutam contra a evolução das mídias. Há quem prefere disco de vinil, à mp3, câmera analógica, à digital, VHS, à HD dvd. Mais isso, não tem nada haver com conhecimento ou aprendizado, é apenas um meio de “eternizar” um tempo/espaço, que foi importante. Opa!!! Estamos falando de memórias??? Sim, a memória tem a habilidade de aquisição, estabilização, e recuperação das informações disponíveis, seja biológica, seja artificial. A junção entre os fragmentos de memória e conhecimentos geram novas idéias, a qual propícia a tomada de novas decisões, conseqüentemente novas criações em tecnologia, mídias. Torna-se um ciclo.
Então, temos que “ o conteúdo de qualquer meio é sempre um outro meio”. Isso reafirma a possibilidade de um meio promover efeitos que atuem de forma paralela ao conteúdo da mensagem.

Da era do fogo à era da sociedade da informação, o certo é que o homem sempre estará em constante busca pelo aprimoramento, seja sua descoberta ou inspiração. Através dos meios de comunicação teremos a troca de informações, enquanto houver um emissor e um receptor.

junho 29, 2009

“O Angélico na Filmografia de Wim Wenders & Luc Besson ”

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” I Coríntios 13-01. O apostolo Paulo, faz menção à comunicação por meio de duas línguas distintas: a dos homens e a dos anjos. A dimensão material e espiritual, o visível e o invisível, a terra e o céu, cuja essência se encontraria somente no amor.

Em Asas do Desejo (1987) de Wim Wenders, deparamos com a fusão dessas línguas. Dois anjos: Damiel ( Bruno Ganz, de A Queda! - As Últimas Horas de Hitler) e Cassiel (Otto Sander, O tambor ), entediados, sempre acompanham os passos do continuo presente. Da visão da câmera, podemos ver os anjos em sua ausência, inalcançáveis, apenas visíveis aos inocentes olhos das crianças, num mundo em preto e branco. A narrativa contrapõe-se a vagarosidade das passagens, dentro de um magnífico enquadramento. Na Berlim arrasada do pós-guerra, num cenário cinzento de uma humanidade desiludida, Damiel e Cassiel, entre outros anjos zelam pelos mortais que batalham individualmente e em silêncio, com seus medos, angustias, dores, defrontando-se com os seus próprios muros, atravessando suas próprias pontes.
Interagindo espiritualmente, mas não podendo sentir e ver o que somente os humanos sentem e vêem, Damiel é consumido pelo desejo, ao se apaixonar pela trapezista Marion (Solveig Dommartin). Para poder tocá-la, ele deve deixar de ser anjo e tornar-se humano, perdendo sua condição imortal. Então, Damiel em seu livre arbítrio cai, não com a intenção de afrontar a Deus, pois ele nunca desejou ser Deus. Foi pelo amor intenso à criação, do desconhecido e impalpável, por amor ao mortal que ele abre mão de sua imortalidade, em busca da essência.

A paixão que sente pela trapezista é o que o arrebata da dimensão celestial, colocando-o na dimensão terrestre. Tanto Marion, quanto Damiel estão em busca de identidade, de um algo a mais que somente existir. Ela se identifica com a trapezista alemã de circo que é, e que gostaria de continuar sendo, mas não se identifica com a garçonete francesa. Já ele se identifica com os humanos, e com a vontade de sentir as percepções humanas, e não com a vida angelical. Os personagens resumem-se na dificuldade dos níveis existenciais, abordados ao longo do filme na narração do poema “Canção da Infância” (“Lied vom Kindsein”) de Handke:

“...Quando a criança era criança,
não sabia que era criança,
tudo lhe parecia ter alma,
e todas as almas eram uma...”

A assimilação dos personagens acontece devido aos conflitos internos de identidade. Refletindo na busca e aproximação de pessoas com características próximas, pelas quais se interligam. Admiravelmente, um filme poema, cuja poética foi narrada de forma mágica para o subjetivo.
O filme Angel – A (2005) de Luc Besson, não possui uma linguagem poética. Esboça sim, uma psicanálise pessoal, uma busca pelo amor próprio, um encontro com a consciência inferior, simplesmente o eu. Interpretado pelos atores Jamel Debbouze (André) e Rie Rasmussen (Ângela). Ele, um jovem trapaceiro que deve uma considerável quantia a “gângsters”. Como sabe que não irá conseguir quitar a divida, tenta soluções para se proteger. De origem marroquina, e, com um “green card “ de curinga, ele pede ajuda a embaixada dos Estados Unidos , entretanto sem sucesso. Provoca uma discussão dentro de uma delegacia, com a intenção de se abrigar atrás das grades. Também foi em vão. Resolve então, acabar com a própria vida, antes que os credores o façam. Escolhe uma das pontes mais belas de Paris, alvo rio Sena. Prestes a pular, ele nota a presença de uma bela mulher ao seu lado, entra em cena Ângela. Ela, uma loira de um metro e 80, que pula antes dele. André pula também, porém não para se matar, mas para salva-la. Ângela, na verdade é um anjo, e, nada convencional. Uma mistura de prostituta e anjo da guarda que vai transformar a vida do malandro André.
A mensagem do filme centraliza de que os seres humanos dificilmente se aceitam de forma positiva. A missão de Ângela é demonstrar a partir do seu eu interior feio e podre, o belo e puro eu interior de André. É um filme com algumas passagens engraçadas e outras emocionantes, mas sem profundidade. Possui uma bela fotografia, com diferentes intensidades e contrastes da luz em preto e branco, que realçou ainda mais Paris. Angel-A é um conto sutil num cenário moderno.


Entre as línguas dos homens e dos anjos, temos os anjos de Wenders que incorporam a imagem do esgotamento, são os andarilhos da luz de um mundo sem luz, com um desejo enorme de atribuir sentido à existência humana. O anseio de ultrapassar os limites, sonhando e acreditando no possível. No filme de Besson, temos a figura de um anjo pós-moderno, surreal se comparado aos parâmetros da Bíblia. Sendo extremamente sensual, fuma e fala palavrão, atua como terapeuta, com lições de como enfrentar a vida sem preocupações. Uma simples linguagem da existência da vida.

maio 20, 2009

Ensaio Sobre a Cegueira

O livro Ensaio Sobre a Cegueira de Jose Saramago ganhou a visão cinematográfica do diretor Fernando Meirelles. O drama enfatiza a mudança de comportamento humano, diante de uma circunstância: a cegueira coletiva.

Para os japoneses, os olhos significam a janela da alma, que demonstra todo tipo de sentimento. Coincidência (ou não) o vírus hipnótico da cegueira branca atinge primeiro, um japonês. O vírus se propaga somando suas vitimas, menos uma: a esposa do médico. Será há única que sabe ver, o que os outros simplesmente olham?

Submetidos a uma quarentena, os contaminados são lançados numa espécie de “campo de concentração”. Cria-se uma nova sociedade, tornam-se iguais, mas não por muito tempo. Denominam uma nova ordem. Limitam as fronteiras. Abrem as janelas. Saem os sentimentos: alegria, tristeza, medo, raiva, amor, misturados com as emoções: euforia, depressão, pânico, ódio, paixão. A natureza invasiva do ser humano mostrada de maneira forte, realista e provocante, mas não surpreendente, talvez por isso, seja apenas: um ensaio.

Outra perspectiva encontra-se no filme alemão "A Experiência" (2001) do diretor Oliver Hirschbiegel, Inspirado em um fato real - o experimento behaviorista conhecido como "O Experimento da Prisão de Stanford" em 1971, que evidencia o grau de irracionalidade do homem.
Trailer do filme Ensaio Sobre a Cegueira