setembro 30, 2009

"Meu nome não é Johnny"...




..., trata-se de um romance drama levemente cômico , que assemelha-se ao filme “Profissão de Risco” (2001), do já falecido diretor Ted Demme, o qual relata a história real de George Jung, americano que auxiliou Pablo Escobar e a cocaína a entrar na terra do Tio Sam. O papel de George é interpretado pelo ator, cujo nome sim é Johnny, Johnny Depp.

Mas voltando a versão tupiniquim, o filme dirigido por Mauro Lima, retrata também a historia real e por que não dizer surreal, do hoje produtor musical João Guilherme Estrella, protagonizado pelo talentoso ator Selton Mello. E como uma estrela cadente, parte de sua vida, girou de forma meteórica em torno da Senhorita ou talvez Senhora Ambrosia (código da cocaína no filme). Segundo a mitologia grega, ambrosia era um doce, o divino manjar dos Deuses do Olimpo. Alias, dizem que, “quando os deuses o ofereciam a algum humano, este, ao experimentá-lo, sentia uma sensação de extrema felicidade”. Será essa a mesma sensação que os usuários alcançam?

Na trama, nota-se maior conotação da questão cultural do que social. Onde um jovem de classe média, extremamente esperto e carismático, que recebe boa educação, conceitos e valores dos pais, mas que não lhe auferi limites. Bem distante do cenário triste das favelas do Rio de Janeiro (capital), seu contato com as drogas começou num belo dia de sol, numa bela praia, na companhia de dois “mui amigos”, cuja influência não foi tão bela assim.

Planta-se o vicio. E como todo viciado que não Trabalha, a solução para cultivá-lo se dá no roubo, e ou, no trafico. João,  preferiu arregaçar as mangas. "Profissão": traficante, e com sua lábia e ótimo faro comercial, tornou-se um PhD na venda de Ambrosias. Até que um dia a cocaína pulverizou a estrela cadente, afinal estrela cadente não é estrela, é meteoróide. Na prisão, João junta seus fragmentos, com base na sua ética e lealdade aos “amigos”, assumi a responsabilidade para si, e, convence a juíza Marilena Soares Franco, que só traficava para custear seu vício. Em suma, mais uma vitima das drogas.

O filme é bom, se torna real em relação ao conflito familiar que surge com a doença do pai, questiona a corrupção policial, a riqueza do trabalho ilícito, a condição subumana nas prisões e manicômios, a influência sentimental dentro de uma condenação judicial. E, surreal por que poderia ter sido mais abordado os efeitos da cocaína no corpo humano, tais como: emagrecimento, insônia, sangramento do nariz e corisa persistente, palidez, suor frio, etc. João, aspira, aspira, aspira, por alguns anos e os efeitos colaterais não o atinge. Dando uma falsa impressão que o consumo de drogas não faz mal. Nota-se apenas uma demonstração do efeito da dependência química no personagem Danilo Ribeiro, interpretado pelo ator Kiko Mascarenhas, que era um dos clientes de João.

O problema das drogas não se restringe às classes menos favorecidas, e, “Meu nome não e Johnny” relata muito bem isso!!!